EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
O mapa é uma das mais antigas formas gráficas de comunicação,
precedendo a própria escrita. Na história humana, parafraseando Paulo Freire, a
leitura do mundo (e sua representação gráfica) precedeu a leitura da palavra.
Mesmo hoje, a leitura do mundo, em sentido amplo, muitas
vezes precede a leitura de textos escritos sobre ele. Em Geografia, como vimos
na introdução, a observação da paisagem é o primeiro procedimento para a
compreensão do espaço geográfico, seguido do registro do que foi observado –
daí a importância do mapa.
Em um mapa, os elementos que
compõem o espaço geográfico são representados por pontos, linhas, texturas,
cores e textos, ou seja, são usados símbolos próprios da Cartografia. Diante da
complexidade do espaço geográfico, algumas informações são sempre priorizadas
em detrimento de outras.
Seria impossível representar
todos os elementos – físicos, econômicos, humanos e políticos – num único mapa.
Seu objetivo fundamental é permitir o registro e a localização dos elementos
cartografados e facilitar a orientação no espaço geográfico. Portanto, qualquer
mapa será sempre uma simplificação da realidade para atender ao interesse do
usuário.
Além das coordenadas
geográficas ou alfanuméricas (localização) e da indicação do norte (orientação),
que vimos no capítulo anterior, um mapa precisa ter:
• título, que nos informa
quais são os fenômenos representados;
• legenda, que nos mostra o
significado dos símbolos utilizados;
• escala, que indica a
proporção entre a representação e a realidade e permite calcular as distâncias
no terreno a partir de medidas feitas no mapa.
Os primeiros mapas eram
modelados em pedra ou argila. Depois passaram a ser desenhados em tecido, couro,
pergaminho ou papiro. Com a invenção da imprensa, começaram a ser gravados em
originais de pedra ou metal e em seguida impressos em papel. Hoje, são
processados em computador e podem ser analisados diretamente na tela.
O aprimoramento dos satélites
e dos computadores permitiu grandes avanços nas técnicas de coleta, processamento,
armazenamento e representação de informações da superfície terrestre, causando grande
impacto nos processos de elaboração de mapas e nos conceitos da Cartografia.
Numa conceituação de 1994, Fraser Taylor, professor do Departamento de
Geografia e Estudos Ambientais da Universidade Carleton, em Ottawa (Canadá),
considerou que esses recentes avanços tecnológicos já foram incorporados pela
Cartografia, definida por ele como a “disciplina que trata da organização,
apresentação, comunicação e utilização da geo-informação nas formas gráfica,
digital ou tátil”.
Sene, Eustáquio de Geografia Geral e do Brasil : Espaço
Geográfico e Globalização / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. – 2.
ed. reform. – São Paulo: Scipione, 2013.