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Estrutura Geológica

 

TIPOS DE ROCHA


As rochas são agregados sólidos naturais compostos de um ou mais minerais e podem ser classificadas, segundo sua formação, em magmáticas (ou ígneas), metamórficas e sedimentares.

Há cerca de 3,8 bilhões de anos, a matéria incandescente da qual era formada a Terra começou a esfriar e a se solidificar, formando a crosta terrestre. Consolidaram-se, assim, as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas. O termo magmática vem de magma, massa natural fluida com temperatura elevada, encontrada no interior da Terra. O termo ígnea vem da palavra latina ignis, ‘fogo’.

Existem vários tipos de rocha magmática, dependendo da constituição química do magma e de como ele se consolidou. Essa consolidação pode acontecer lentamente, quando o magma esfria e se solidifica dentro da crosta terrestre, dando origem às chamadas rochas intrusivas (o prefixo in-, do latim, quer dizer ‘no interior’, ‘em’). Nelas, os minerais se agrupam e formam cristais visíveis a olho nu, como na maioria dos granitos utilizados na construção civil, nos quais conseguimos ver três componentes: quartzo, feldspato e cristais de mica.

Quando atinge a superfície terrestre em forma de lava pela erupção de um vulcão, o magma esfria rapidamente, originando as chamadas rochas extrusivas (o prefixo ex-, do grego, quer dizer ‘fora de’). Sempre que isso ocorre, não conseguimos distinguir, a olho nu, os minerais componentes de uma rocha. Este é o caso do basalto.


As rochas metamórficas, assim como as magmáticas, formam-se no interior da crosta terrestre. A pressão e a temperatura muito elevadas, os fortes atritos, ou a combinação química de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas já formadas, o que dá origem às rochas metamórficas, como o mármore, a ardósia, o quartzito e o gnaisse. Esse processo não deve ser confundido com a fusão de rochas, que só ocorreria no manto, camada abaixo da crosta em que as temperaturas são mais elevadas.

Na primeira foto, exemplo de gnaisse, que se origina do metamorfismo (transformação) do granito, rocha magmática. No centro, pia de mármore. o mármore se origina da transformação do calcário, rocha sedimentar que aparece na última foto. Esse metamorfismo altera a cor, textura e dureza das rochas, entre outras transformações. as rochas metamórficas são muito utilizadas na construção civil como material de acabamento, como pisos e revestimentos.

Nos primórdios da história geológica do planeta, a crosta terrestre era formada por rochas magmáticas e metamórficas. Os minerais que as compõem, no processo de consolidação, formaram cristais. Por isso essas rochas também são, em conjunto, chamadas cristalinas.

É preciso lembrar que esse processo de formação de rochas continua acontecendo, pois faz parte da dinâmica da Terra. Mas, com exceção das erupções vulcânicas, em que a solidificação da lava ocorre na superfície, não podemos observá-lo, já que é lento e ocorre no interior da crosta.

O terceiro tipo de rocha presente na crosta terrestre são as sedimentares. Conforme a superfície da Terra se resfriava, gases como nitrogênio, oxigênio, hidrogênio e outros foram liberados e formaram a atmosfera.

A partir de então começaram a ocorrer as chuvas, e com elas iniciou-se o processo de intemperismo ou decomposição química das rochas. O intemperismo propiciou a formação dos solos, que com o tempo passaram a ser erodidos, principalmente pela chuva e pelo vento. Ao longo de milhões de anos, as partículas de rocha e solo foram transportadas pelo vento e pelas águas e depositadas em depressões, formando grandes depósitos sedimentares. Em muitas dessas depressões formaram-se, posteriormente, lagos e oceanos. A compactação física e a transformação química das partículas dos sedimentos deram origem às rochas sedimentares, como o arenito e o calcário. Grande parte dos fósseis é encontrada aprisionada nas rochas sedimentares (leia o texto da página seguinte). Vale lembrar que as rochas metamórficas se originam de transformações sofridas pelas rochas magmáticas e também pelas sedimentares.

 


As rochas sedimentares podem apresentar-se estratificadas, ou seja, em camadas com idade e composição diferentes. Pesquisando essas estratificações, os geólogos conseguem identificar as variações climáticas que se processaram no decorrer da história geológica de determinada região. Na foto de 2010, antiga pedreira no Parque do Varvito, em Itu (SP). essa rocha sedimentar é um testemunho de que essa região do planeta passou por um período de glaciação entre os períodos carbonífero e Permiano.

Fonte: Sene, Eustáquio de Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalização / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. – 2. ed. reform. – São Paulo: Scipione, 2013.