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FORMAS DE ORIENTAÇÃO

 

FORMAS DE ORIENTAÇÃO

 

O ser humano sempre precisou de referências para se orientar no espaço geográfico: um rio, um morro, uma igreja, um edifício, à direita, à esquerda, acima, abaixo, etc. Mas para ter referências um pouco mais precisas inventou os pontos cardeais e colaterais.

A rosa dos ventos indica os pontos cardeais e colaterais e aparece no mostrador da bússola, que tem uma agulha sempre apontando para o norte magnético.



A rosa dos ventos possibilita encontrar a direção de qualquer ponto da linha do horizonte (numa abrangência de 360°). o nome f oi criado na época da expansão marítima (século XV) por navegadores do mar mediterrâneo em associação aos ventos que impulsionavam suas embarcações.

A bússola, associada à rosa dos ventos, permite encontrar rumos em mapas, desde que tanto o mapa quanto a bússola estejam com a direção norte apontada corretamente. Assim, o usuário pode encontrar os outros pontos cardeais e os colaterais, orientando-se no espaço geográfico.

Nos mapas, caso a direção norte não esteja indicada, convencionou-se que está no topo.


A bússola foi inventada pelos chineses, mas não se sabe ao certo quando. Segundo o livro Bússola – A invenção que mudou o mundo, de Amir Aczel, há registros que apontam para o século i, mas mesmo os chineses só a utilizaram para navegação bem mais tarde. no século XIII foi aperfeiçoada por amalfitanos e passou a ser utilizada em embarcações venezianas (antes da unificação italiana, ocorrida em 1871, Amalfi e Veneza eram cidades independentes). a partir do final do século XV, a bússola foi instrumento fundamental para orientar os marinheiros durante as grandes navegações.

Com o avanço tecnológico, hoje em dia é muito mais preciso se orientar pelo GPS. Mas se alguém não dispõe de uma bússola nem de um aparelho GPS, é possível se orientar de forma aproximada no espaço?

Além da orientação pelo Sol, no hemisfério meridional, é possível encontrar a direção sul aproximada observando a constelação do Cruzeiro do Sul (essa constelação está representada em bandeiras nacionais de diversos países meridionais, como o Brasil, a Austrália e Papua-Nova Guiné).



É possível encontrar a direção sul aproximada prolongando 4,5 vezes o tamanho do braço maior da constelação do cruzeiro do sul e, a partir deste ponto, traçando uma perpendicular em direção ao horizonte, como se pode ver na ilustração ao lado. mas isso só vale para o hemisfério meridional, onde o cruzeiro do sul pode ser observado. no hemisfério boreal, para encontrar a direção norte aproximada basta localizar a estrela Polaris (também chamada de Polar ou do norte) e projetá-la no horizonte: às costas do observador estará o sul, à direita, o leste, e à esquerda, o oeste. essa estrela encontra-se no firmamento num ponto sobre o polo norte, como se fosse uma extensão do eixo da terra, por isso aos nossos olhos permanece fixa no céu. a Polaris é a estrela mais brilhante da constelação de ursa menor e pode ser facilmente observada. Por séculos orientou os navegadores no hemisfério norte (ela só pode ser vista daí), antes da invenção de instrumentos que dispensam a observação do céu. Você já percebeu que, quando uma pessoa está perdida em algum lugar, costuma-se dizer que ela está desnorteada (perdeu o norte) ou desorientada2 (perdeu o oriente)? Perceba que tanto o verbo “orientar” como o substantivo “orientação” derivam da palavra “oriente”.

 

 

Fonte: Sene, Eustáquio de Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. – 2. ed. reform. – São Paulo: Scipione, 2013.