Fruto de uma missão em parceria com o Japão, os primeiros mergulhos
feitos na região conhecida como Elevado Rio Grande, uma cordilheira
submersa no sul do país, a mil quilômetros da costa do Rio de Janeiro,
revelaram a existência de granito, rocha continental, onde se pensava
existir apenas rochas vulcânicas.
Outras expedições já haviam encontrado indícios de outros minerais no
fundo do oceano, como minério de ferro, manganês, cobalto e até mesmo
terras raras.
De acordo com o diretor da CPRM Roberto Ventura, a descoberta do
continente perdido é a maior novidade da expedição em parceria com o
governo japonês, que lidera uma campanha no Atlântico Sul feita pelo
navio Yokosuka, que hospeda o submersível Shinkai 6.500.
O navio custou US$ 100 milhões ao governo japonês e o Shinkai 6.500, US$ 130 milhões, investimentos que segundo pesquisadores brasileiros estão fora da realidade do Brasil. Sem esses equipamentos, o país levaria anos para confirmar as suspeitas de que uma parte do continente sul-americano se desprendeu durante a separação do Brasil e da África, caindo no solo do oceano.
Nos últimos quatro anos, o Brasil investiu cerca de R$ 80 milhões em pesquisas no Elevado Rio Grande.
"O Elevado do Rio Grande sempre foi compreendido como sendo de rochas
vulcânicas, semelhantes às da África, mas vimos agora que não são
vulcânicas, são continentais", disse Ventura.
"É como se um continente tivesse afundado na época da separação da
África. Não sei o que juridicamente isso implica, mas do ponto de vista
científico e técnico, encontrar um continente perdido é uma grande
novidade", complementou.
A CPRM abrirá uma licitação nos próximos dois meses para que uma empresa
de perfuração recolha mais amostras e confirme a existência do
continente submerso, o que só deve ocorrer no final do ano, avaliou
Ventura.
Texto: Folha de S. Paulo F5 06.05.2013
Vídeo: Globo News. Jornal das 10. 10.05.2013
Texto: Folha de S. Paulo F5 06.05.2013
Vídeo: Globo News. Jornal das 10. 10.05.2013
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