Asteróide passa
próximo a Terra
Descoberto no ano passado, o
pedregulho batizado de 2012 DA14 é o último --e mais contundente-- dos alertas
de que asteroides oferecem risco real ao futuro da civilização (deixando no
chinelo crises hipotecárias americanas). Em seu sobrevoo da Terra, ele passará
a apenas 27.680 km da ilha de Sumatra, na Indonésia, às 17h24 (de Brasília).
Apesar da proximidade, ele é tão discreto que não poderá ser visto a olho nu.
No Brasil, à luz do dia, nem com a ajuda de instrumentos será possível vê-lo.
Nunca um asteroide desse porte --capaz de causar estragos-- foi monitorado
passando tão perto da Terra. Isso dará aos astrônomos uma oportunidade única de
estudá-lo. Para esse fim, o principal instrumento é o radar, que permite um
mapeamento de sua superfície durante a fase de maior aproximação do objeto, que
tem a largura de meio campo de futebol.
Caso o 2012 DA14 estivesse
destinado a trombar com o planeta, faria estrago similar. Se a colisão
ocorresse numa região habitada, seria uma catástrofe sem precedentes. Mesmo
caindo no oceano, seria um problema. "Nesse caso, só correr para as
montanhas", afirma Cassio Leandro Barbosa, astrônomo da Univap
(Universidade do Vale do Paraíba), em São José dos Campos. Seria a única
maneira de fugir do tsunami resultante. Com sorte, no caso do 2012 DA14, como o
objeto foi descoberto há um ano, caso houvesse perigo de colisão, daria para
tentar evacuar as regiões ameaçadas. "Mas imagine o caos", diz
Barbosa. Pesquisadores da Nasa estimam que uma colisão desse tipo aconteça em
média a cada 1.200 anos. Como a última foi há pouco mais de cem anos, o risco
de outra tão já é baixo. Mas não dá para descartar. O mais interessante,
contudo, é que uma aproximação desse tipo, sem pancada, é bem mais comum --uma
a cada 40 anos. Por isso as empresas que ultimamente andaram revelando seus
planos de mineração de asteroides ficaram especialmente animadas com essa
passagem.
Fonte: Folha de S. Paulo - Caderno Ciência 15.02.2013